quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012


Santa Luzia do Norte (1900 -10)










Romeiro de Lima


um pouco de sua história








Em fase de acabamento-artigo não revisado.



Para você que quer ler livros e precisa de dicas de leitura,

Sugerimos:

  •   De Gabriel Garcia Marques:  revoada (O Enterro do Diabo), premio Nobel de Literatura;
  •   De Albert Camus: O Estrangeiro;
  •  De Paulo Coelho: O Demônio e a Srte. Prym




Dário Augusto

"Não tenho qualquer pretensão de, neste texto, retomar ou seguir a  mesma trajetória da historiografia  já suficientemente estudada por muitos autores de nossa terra."

O HISTORIADOR DEVE TOMAR CUIDADO  COM AS VERDADES ABSOLUTAS, POIS O MESMO FATO  PODE SER INTERPRETADO DE VÁRIAS  MANEIRAS, DE ACORDO COM O INTERESSE DE QUEM MARROU TAL FORA OU ATÉ MESMO..DE QUEM LEU. O CONHECIMENTO HISTÓRICO SE ESTRUTURA  NUMA CONSTANTE INDAGAÇÃO A ESSAS FONTES..(MARC BLOCH)

RESUMO: Este artigo leva em consideração alguns aspectos do patrimônio urbano:  de cidades históricasabandonadas,  quase  que em ruínas;  que sobreviveram pelo olvido no tempo, sendo redescobertas hoje; Santa Luzia do Norte, cidade histórica que sofreu com “arrastão da modernização” sem maiores cuidados na preservação suas raízes históricas.
Palavras-Chave: Santa Luzia do Norte, história, antigo burgo, teoria das cidades, desenvolvimento e patrimônio histórico.

Ninguém acende uma lâmpada e a põe em lugar oculto ou debaixo da amassadeira, mas sobre um candeeiro, para alumiar os que entram.”
Lucas, 11, 33
         
   Ninguém acende uma lâmpada para escondê-la atrás da porta: o objetivo da História é trazer mais luz à sua volta, abrir os olhos, mostrar as maravilhas ao redor

Um artigo sobre minha cidade natal é sempre uma alegria e deleite para leitura. Este trabalho é como um abrir uma janela e debruça-se sobre uma paisagem procurando seus segredos anseios e expectativas. A pesquisa é como um sonho, e sonhos são construídos por desejos e medos ainda que o fio condutor de seu discurso seja secreto, a que as suas regras sejam absurdas, as suas perspectivas enganosas, e que todas as coisas escondam uma outra coisa. O que assegura o meu interesse por essa pesquisa é paixão que igualmente a meu pai (Romeiro de Lima), tenho por essa terra.

Santa Luzia do Norte estar localizada na mesoregião do Leste de alagoano, na micro região Geográfica de Maceió, limitando-se ao norte com Satuba; ao Sul com Coqueiro Seco; a leste com Maceió e a oeste com Marechal Deodoro. Situada a margem direita da laguna Mundaú, tem uma área de 29 km2  (IBGE 2005), distante a 27 km de Maceió, com altitude de 8 metros na planície fluvial lagunar e 100 metros no tabuleiro, tem como principais vias as rodovias BR 316 E AL 401. Clima megatermico sub-úmido com excesso hídrico no inverno e deficiência no verão com temperaturas entre 24º a 28° C segundo o último CENSO/ IBGE, a população já ultrapassa os 7000 habitantes. A religião é predominantemente católica com mais de 5500 fieis, o restante é divido entre evangélicos e outras religiões.

Segundo pesquisador Valter Pedrosa (2008-22), embasado na obra “VADE-MECUUM DO TURISTA EM ALAGOAS, 1937, p. 10, de Moreno Brandão nos diz que: Santa Luzia do Norte nas primeiras décadas do século XX, possuía uma população de 36. 000 almas (pessoas), e uma superfície de 330 km2. Era dividida nos seguintes povoados: Santa Luzia do Norte (Vila), Apolonia, Bom Jardim, Curralinho (hoje Mun. de Messias), Gregórios, Marisco, Pau Amarelo, Pedreiras, Remédios, Siri, Tabuleiros da Matado Rolo e Satuba. A sede do município é recém formada cidade de Rio Largo, sustentáculo  econômico da região.

O município não possui um grau desenvolvimento condizente com sua realidade natural. Seu âmbito agrícola, esta concentrado quase que totalmente na cana-de-açúcar, produzindo em pequena escala: mandioca, coco e banana. Quase que não possui desenvolvimento industrial, possui elencado em suas terras, apenas uma fabrica de adubos. O comercio é restrito voltado apenas para  atender sua população. Sua forca (potencia/potencialidade) estar ligado no bojo atrelado a produção de alimentos industrializados, no que tange a pesca e a agricultura; no que se refere ao turismo, possui a festa de Santa Luzia e a Paizão de Cristo; existe ainda a produção de flores tropicais.

PERFIL EDUCACIONAL DO ELEITORADO (2006)

OBS: dados não atualizados

2° GRAU: 688 (14 % )
SUPERIOR: 80 ( 2%)
SEM INSTRUÇÃO 2.020 (40%)
1º GRAU: 2.244 (44%)
PIB
2000
2001
2002
2003
STA LUZI N.
2.703
3.284
4.014
2.493
ALAGOAS
2.471
2.631
3.012
3.505
NORDESTE
3.014
3.255
3.694
4.306
BRASIL
6.473
6.954
7.631
8.694
FONTE: Enciclopédia dos Municípios de Alagoas. Maceió:  Instituto Arnon de Melo, 2009, p.37.

Origens


A influência dos grandes engenhos  de açúcar no processo de formação da  histórica das Alagoas foi de vital importância. A história dos principais engenhos (Trapiches, bangüês) alagoanos, descrevem  o surgimento ou a decadência deles onde refletiu na evolução da cultura e da economia dos municípios do Estado. “A cana-de-açúcar (Saccharum officinarum L. Família: Poaceae) já tomava conta de toda paisagem alagoana desde o inicio da colonização. Ao pretender fixar o homem à terra e consolidar o domínio português no Novo Mundo, o donatário Duarte Coelho decidiu construir engenhos e mais engenhos em seu território”. Não se esquecendo da figura empreendedora na expansão da agroindústria açucareira nos anos 1575-90, na região Boralis de Alagoas (Porto Calvo, Matriz et, me refiro a Cristopher Linz e a Rodrigo de Barros Pimentel. E o sesmeiro Diogo Vieira, no ato da doação das terras ao beneditinos, e posteriormente a Antonio Martins Ribeiro.


Engenho de açúcar : Casa-Grande e Capela.




Obs:  o engenho tipo Trapiche, era movido a força animal ou humana. Já os engenhos bangüês, a vapor, precedem a usinação (usinas) do açúcar


Com os bangüês, instalava-se em Santa Luzia do Norte o capitalismo industrial, baseado na experiência lusa, posta em prática nas ilhas da Madeira e do Cabo Verde. Aliás, seria pura presunção tentar aquilatar o progresso de boa parte das sesmarias em território alagoano antes do surgimento dos engenhos bangüês. Disseminando-se  vertiginosamente na região Norte e no vale do Mundaú, os engenhos foram os responsáveis pelo desenvolvimento da Província das Alagoas. LIMA, Antonio Romeiro de. Santa Luzia do Norte: um pouco de sua história. Maceió: Esmal, 2008,p. 25.



O que caracteriza geograficamente Alagoas á a existência de uma rede potanica que cobre toda a sua extensão, composta de 11 grandes vales que correm no sentido dos meridianos, os formados pelos rios Moxotô, Capiá, Ipanema, Traipú, Coruripe, São Miguel, Paraíba, Mundaú, Sant Antônio Grande, Camaragibe e o Manguaba. O restante se situa nos pars meridionales

Por ser  região do Vale do Mundaú possuidora de um solo fertilíssimo, igualando-se talvez, aos vales da Marituba e Boacica, na Bacia do São Francisco , os nossos colonizadores intensificaram o cultivo da cana-de-açúcar (...), objetivando a produção de cana em grande quantidade, e em menor escala aguardente, através da instalação dos bangüês às margens do Mundaú. LIMA, Antonio Romeiro de. Santa Luzia do Norte: um pouco de sua história. Maceió: Esmal, 2008,p. 25.

Segundo o Tenório (2010), foi o engenho de açúcar o suporte da expansão colonizadora e o responsável pela constituição dos primeiros núcleos povoadores que deram origem às cidades alagoanas. “A ocupação do antigo território caeté, a parte austral da capitania da Nova Lusitânia , foi feita a partir de três pólos de povoamento. O primeiro em Porto Calvo, o outro em torno de lagoas maiores, a do Norte e a do Sul, conhecidas pelos indígenas como Manguaba e Mundaú, que viram florescer os povoados de Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul e Santa Luzia do Norte. Finalmente, o terceiro, mais ao sul, tendo como centro Penedo. A irradiação desses três núcleos, fundamentados os dois primeiros em torno dos engenhos, e o terceiro, nos currais e na pecuária, deflagrou o processo de colonização”, afirma o historiador, mencionando que a capital, Maceió, teve formação tardia , no século XVII. 

(...)“Maceió nasceu espúria, no pátio de um engenho colonial”, assim como  Santa Luzia do Norte, Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul, Pilar, São Miguel dos Campos, Porto Calvo, Atalaia, Anadia e tantas outras. Poucas escaparam desse destino histórico. Penedo, que foi um arraial fortificado e núcleo de defesa na extremidade sul do território, desenvolveu a pecuária, daí o São Francisco ser chamado “rio dos currais”, mas mesmo assim vários engenhos surgiram em suas proximidades. TENÓRIO, Douglas Apratto e LUCIA, Cármen. Caminhos do Açúcar – Engenhos e Casas-Grandes das Alagoas. 2010.p.[?]


O terceiro pólo de colonização no extremo sul da antiga Pernambuco foi Santa Luzia-Alagoas de característica muito de discrepante (diferente) dos dois anteriores. O que primeiro chama atenção é a situação geográfica desse pólo: não é fluvial, como o penedense; não é mesopotanico como o porto-calvense. Todavia é lagunar. Localizado em duas lagunas: a Mundaú e a Manguaba, ambas lagunas ligadas por estreitos, e com uma única saída ao mar. Os mais velhos (história Oral) as denominavam como:  lagoa do Norte e lagoa do Sul. A que se localizava ao Norte, ou Mundaú, nome que lhe dá o rio, serviu de base, no caso a freguesia de Santa Luzia do Siracusa  para a colonização do Planalto e do vale do Mundaú. A laguna do Sul, ou Manguaba, servia de base para conquista e ocupação do vasto planalto interior, que leva aos férteis campos Inhauns e o vale do Paraíba. Santa Maria Madalena da Alagoa do Sul, com seus antigos convento se não me engano, barrocos, é aquela que codificou os costumes e hábitos de essa cultura lagunar.

A cultura é uma realidade que o homem produz por meio de ideações e práticas sociais, e que e que se reflete em nível de sues referentes como uma composição especial de signos, signos condutas e fazeres. LINDOSO, Dirceu. Interpretação da província. Estudo da cultura alagoana. 2ª. Maceió: Edufal, 2005, p.22.

Os  pólos supra-citados, se localizavam  no extremo sul do antigo Pernambuco: o de Penedo (1570), de Porto Calvo (1590), Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul (1611 ) e o de Santa Luzia do Norte (1610). Apesar do leque  discrepante que existe em torno dessa  data. Todavia, tem que se respeitar a data elencada pelo IHGAL. No entanto, tem que se levar em consideração os"DOCS" contrários a mesma, pois, os mesmos  são oriundos de fontes oficiais , que gozam de grande prestigio no âmbito da pesquisa histórica em nosso Estado

O historiador é como um detetive do passado que tem uma busca incessante por pistas que o aproxime de uma resposta para suas indagações. Para isso o historiador deve ir atrás de fontes históricas que muitas vezes podem ser escritas ou pintadas e até mesmo esculpidas. Algumas dessas fontes muitas das vezes não tiveram sua origem para servir de testemunha do passado, mas não é por isso que se deve desconsiderá-las. Para Bloch O HISTORIADOR DEVE TOMAR CUIDADO  COM AS VERDADES ABSOLUTAS, POIS O MESMO FATO  PODE SER INTERPRETADO DE VÁRIAS  MANEIRAS, DE ACORDO COM O INTERESSE DE QUEM MARROU TAL FORA OU ATÉ MESMO DE QUEM LEU. O conhecimento histórico se estrutura numa constante indagação a essas fontes.(BLOCH, 2001)

As condições nas quais trabalha o historiador explicam ademais por que se tenha colocado e se ponha sempre o problema da objetividade do historiador. A tomada de consciência da construção do fato histórico, da não-inocência do documento, lançou uma luz reveladora sobre os processos de manipulação que se manifestam em todos os níveis da constituição do saber histórico. Mas esta constatação não deve desembocar num ceticismo de fundo a propósito da objetividade histórica e num abandono da noção de verdade em história; pelo contrário, os contínuos êxitos no desmascaramento e na denúncia das mistificações e das falsificações da história permitem um relativo otimismo a esse respeito. (Le Goff, Jacques, 1924História e memória / Jacques Le Goff; tradução Bernardo Leitão... [et al.] -- Campinas, SP Editora da UNICAMP, 1990, p.[?].)


Todo documento, quando é produzido, tem suas finalidades especificas e entre essas não figura a de servir como testemunha histórica. O documento tem valor histórico quando este serve para satisfazer as perguntas de um objeto de pesquisa. Exemplo, um livro de registro de nascimento pode passar anos sem despertar o menor interesse, mas se for relevante para algum pesquisador comprovar o matrimônio de alguém ou mesmo se lhe for interessante saber quantos casamentos houveram em determinado mês, isso fará com que o mesmo livro outrora sem importância ganhe um valor imenso.

Docs - Fontes sobre o assunto::

·                     O  Livro do Tombo do multissecular Mosteiro de São Banto de Olinda.

Trecho do livro: . Santa Luzia do Norte: um pouco de sua história. Maceió: Esmal, 2008. pp. 15-17. De Romeiro de Lima.

"O Instituto Histórico de Pernambuco, em 1948, atendendo solicitação dos beneditinos, D. Pedro Bandeira de Melo e D. Bonifácio Jansen, publicou o Livro do Tombo do multissecular Mosteiro de São Banto de Olinda.
Entre alguns documentos de doação de terras ao Mosteiro, destaca-se uma declaração firmada por Diogo Vieira a Frei Cipriano, abade do Mosteiro de São Bento de Olinda – Pernambuco, constando que o filho de Miguel Gonçalves Vieira doara, em época anterior, por escritura pública, “huma légua de terra”, “na povoaçam de Nossa Senhora de Luz da vila nova de Santa Luzia”, em local que não era mais possível confirmar “por se acharem muitos moradores acomodados nas ditas terras”. Por tal motivo, acordavam as partes em substituir a primitiva concessão por uma outra, conforme documento que transcrevemos:

Dizemos nós Diogo Vieira, e o Padre Frey Cipriano de Sam Bento, Abbade do Mosteiro de Sam Bento de Pernambuco, que nós estamos concertados por huma escritura pública, pela qual eu Diogo Vieira lhe dey huma legoa de terra, convém a saber, meya legoa de largo e duas de cumprido e por que ao prezente nam se lhe pode dar aonde a dita escriptura dis, por estarem muitos moradores accomodados nas ditas terras, lhe assigno a dita legoa de terra nas partes e na maneira seguinte a saber, meya legoa de largo, e huma da cumprida no Rio Poticatuba, que se começará a demarcar pelo rio Poticatuba, e correrá para o rio de agoa doce, que vay sair a praya e outro quarto de legoa, que sam mil, e duzentas braças em quadra na praya do mar entre Manoel Antonio, e huma Alagoa grande, que vay ao longe da Praya, e outras mil, e duzentas braças em quadra no Rio de Mendaug na Ilharga de Leonardo Pereira correndo ao Norte. E com isto ficam elles ditos Padres satisfeitos de sua legoa de terra, e assim mais tomaram para sitio e serea de casa, que terminam fazer nesta povoaçám a ilha que está ao longo do rio neste outeiro com toda redondeza da dita ilha rezervando a serventia de algum caminho público, que for necessário para serventia, e prol desta povoaçám, e com isto se deo o dito Padre Abbade Frey Cipriano de Sam Bento por satisfeito da dita terra em nome de seu convento e por verdade se assignam ambos hoje quinze de Dezembro de seis cento e oiti annos nesta povoaçám de Nossa Senhora da Luz da Villa nova de Santa Luzia “Frey Cipriano de Sam Bento” “Diogo Gonçalves Vieira”. – nam se continha mais em dito

Documento que eu Fellipe Nery Correa Tabeliam do publijudicial e notas da cidade de Olinda VI do Recife e seus termos Capitania de Pernambuco p’s Magestade q’Ds gde etc fis trasladar o de proprio com o qual e com o official abaixo assignado este conferi e concertei, vei sem couza que duvida faça ao próprio me reporto que tornei e entregar ao R.P Pregador Geral q’ aqui assignou. Sobescrevi e assignei em publico e razo de meus signais seguintes aos quatro dias de mês de Janrº de mil e sete centos e secenta e seis annos.

Cdº p’ mim Tabeliam Fellipe Nery Correa – 

Em fé de verdade Fellipe Nery Correa.¹


' Tivemos o cuidado em preservar a grafia original desta declaração, a qual está inserida no livro do TOMBO, no Mosteiro de São Bento, na cidade de Olinda – Pernambuco.'

Verifica-se, incontestavelmente, a existência do povoado em 1608, cuja denominação, “povoação de Nossa Senhora da Luz da villa nova de Santa Luzia”, não mais consta em documentos posteriores. A declaração do Livro do Tombo dos beneditinos de Olinda, evidencia que a criação da povoação, banhada pelo rio Mundaú, é anterior a 1610, desfazendo a crença admitida de ter sido Antônio Martins Ribeiro o fundador, conforme os termos da doação recebida por ele de Diogo Vieira.


Se o sesmeiro (Diogo Vieira) não iniciou pessoalmente a desbravação e povoação da região, vê-se, porém, que com a doação aos beneditinos, preocupava-se em fixar moradores no seu vasto território. Repartindo sua gleba com pessoas honradas – os Padres Bentos -, Diogo Vieira obteve êxito em seu intento, constatando-se que no ano de 1608 já havia moradores na povoação.

Sente-se a preocupação do sesmeiro em dar início ao povoamento. Não podendo localizar a área reservada aos padres na primeira doação, concede-lhes novos quinhões, inclusive destinados à exploração agrícola, presenteando-os, também, com um sítio para serventia da casa que os mesmos tinham acabado de construir. 

Seguia assim, Diogo Vieira, a trilha dos bons capitães duartinos, atentos aos interesses dos habitantes, e, para tanto, resguardando a serventia dos caminhos públicos indispensáveis ao desenvolvimento e à vida da povoação. Sua vontade em priorizar o povoamento da região das lagoas destaca-se claramente através dos documentos de doação. Assim sendo, constatamos que antes de Antonio Martins Ribeiro, já havia o sesmeiro feito outras doações, consolidando a nossa posição de vila pioneira nas Alagoas. Atesta-se assim, por documento válido, oriundo do Livro do Tombo do Mosteiro de São Bento em Olinda, que Santa Luzia do Norte merece o título de vila pioneira, portanto, um dos mais antigos centros de povoamento das Alagoas.

MORENO BRANDÃO (Vade-Mecum do Turista em Alagoas, - (mil novecentos e trinta e seis) - 1936 – pp. 23 e 24, relata: Além de Penedo, Porto Calvo e Alagoas (Mal. Deodoro), datam igualmente do século XVI, as fundações de Santa Luzia do Norte e de São Miguel dos Campos.".
     
      ·         Livro do Cartário: dos escrivães Bernabé do Couto e  Manuel Rodrigues da Fonseca, das Alagoas (Mal. Deodoro) do ano de 1610 a 1664, livro pertencente ao IHGAL; - maço número 24-, afirmamos que cessão das terras terras que integram hoje o municipio de Santa Luzia do Norte foi foi efetivada no dia 13 de abril de 1610. Sem se falar nas concessões feitas aos frades beneditinos, de Oinda - Pernambuco, é, o aqui citado documento, um dos mais antigos e também conhecidos, dando conta sobre as atividades dos senhores de Santa Luzia. ( LIMA,  p.19)

Obs: Os trechos supracitados, se encontram no livro: Santa Luzia do Norte: um pouco de sua história, 2008 . Mas os dados angariados pra confecção do mesmo, datam do inicio da década de 1990 do século passado.

CONTINUA...
  •   Manuel Diégues (1980) - (O Banguê nas Alagoas - 1610)
In: Romeiro de Lima...continua
  •    Moreno Brandão (1936, pp. 23-24)- (Vade-Mecum do Turisra em Alagoas)
"Além de Penedo, Porto Calvo Alagoas (Mal. Deodoro), datam igualmente do século XVI, as fundações de Santa Luzia do Norte, São Miguel dos Campos.
  • Werter Brandão: Confirma a existencia de Santa Luzia do Norte, na primeira década do século XVII (1601-1610). 
Romeiro de Lima , na  22ª (vigésima segunda) página de seu livro, faz referencia a tão brilhante professor: "O professor  Werter Brandão, (...)destaca tal fato, afirmando ser a cidade de Santa Luzia do Norte 'a terceira em importância histórica das Alagoas' - e teria sido fundada em 1608 "

  •  Cícero Péricles (1982, p.38) - (Formação Histórica de Alagoas)
"Em 1610 já se estava  fazendo a vila e levantando-se o engenho de açúcar. A vila foi o "povoado" de Santa Luzia do Norte. já constituído em freguesia em  1654..."

  •   Craveiro Costa (1981. 2ª ed. p.9) - ( Maceió - 1610)
"Santa Luzia do Norte, à margem da lagoa do Norte, é contemporânea dessa fase fase de formação geográfica e crescimento social e econômica do território alagoano. (...)A história, porem, firma a origem da povoação na doação de Diogo Gonçalves Vieira a Antonio Martins Ribeiro, em 1610..."

  •  Dirceu Lindoso (2000, p. 38 ) - ( Formação de Alagoas Boreal - 1608)
" Foram três os polos de colonização no extremo sul do antigo pernambuco: o de Penedo (1570), o de Porto Calvo (1590) e o de Santa Luzia do Norte (1608)-Alagoas (1611) ..."

  •   Trecho retirado da Enciclopédia dos Municípios de Alagoas. Maceió:  Instituto Arnon de Melo, 2009.p.36.
" (...) O pitoresco burgo, hoje com ares  de decadencia, já teve seus dias de gloria. Disputa a antiguidade de sua formação com Penedo e Alagoas do Sul, embora haja versões que o povoado é anterior aos dois citados. O próprio Varnhagem, respeitado por seus escritos, defende essa posição, colocando os anos de 1584 ou 1587, mas há contestações. Há documento apontando, já em 1608, a 'povoação de Nossa Senhora da Luz da Vila Nova de Santa Luzia"


 economista e político Cícero Péricles (1982 - 47), embasado no historiador  Manuel  Diegues Júnior, nos diz que: não se pode falar em História de Alagoas sem referir o açúcar, não se pode escrever o passado econômico ignorando a presença do açúcar, não se pode descrever a sociedade colonial ou imperial sem ligá-la ao domínio do açúcar, enfim,  não se pode ignorar,  na História de Alagoas, qualquer dimensão que a estude a interprete, esta presença imperial; soberanamente dominante, quase absorvente, como o próprio massapé da terra que alimentou os canaviais: a do açúcar desde a prática agrícola no que se refere a cana-de-açúcar, até a industrialização ou ao comercio, no que diz respeito ao açúcar.

·             A indústria açucareira  esta ligada aos seguintes fatores:


ü    Utilização intensiva de mão-de-obra escravocrata;
ü 
     Existência de massapé (terra argilosa e escura, formada de uma mistura de gnaisse e calcário, própria para o cultivo da cana-de-açucar),
ü  
      Ajuda dos holandeses, por intermédio de capitais para melhorar o plantio e a montagem de ebgenhos.

·   Surgiu com isso, uma aristocracia rural quando a cana-de-açúcar deu poder e dinheiro aos senhores de engenhos. A grade produção açucareira trouxe conseqüências, tais como :

ü  Formação de uma classe social diferente, a aristocracia rural;
ü  
    Invasão dos holandeses, ou batavos, ao nosso país;
ü  
    Influencia da grande civilização negra nas tradições brasileiras;
ü 
    Miscigenação do negro, branco e índio, surgindo o mameluco, o cabloco, o mulato e o cafuso.


Escravos e Mucambos


Mucambo

As dificuldades para a implantação de uma sociedade de mucambos aldeados, de modelo quilombo , eram enormes e de várias ordens, umas internas e outras extremas. Em primeiro lugar, os mucambos aldeados formavam uma sociedade diversificada e bastante isolada (social) , que produzia para si, e tinha como única opção de comércio., o escambo. Assim, não produzia uma economia voltada para produção de mercadorias. Em meio a uma economia mercantilista (açúcar), os mucambos eram economicamente fechados.

Era uma sociedade extremamente complexa, com um alto grau de desenvolvimento. Tinham na América um regresso atípico as aldeias africanas. As aldeias de mucambos segundo Dirceu Lindoso (2 000 - 49), eram produtos de várias etnias africanas, aqui trazidas compulsoriamente como cativas, e que, frisa Lindoso, não possuía sua carga cultural completa.

O cativeiro de  guerra africano não era da mesma natureza da escravidão açucareira. da plantation no Brasil. A redução dos prisioneiros africanos da situação de cativos à condição de escravos era uma redução mercantilista. O comércio de escravos, era com Havana, Cuba,e, no Brasil, com Salvador, Recife e Alagoas, anteriormente.

empreendimento negroide de Xaxá I (comerciante baiano de nome Francisco Félix de Sousa, grande e rico negreiro, que se estabeleceu na costa de Benin, onde fundou uma dinastia de mulatos ricos e  influentes na região), funcionava como uma verdadeira empresa: compra de prisioneiros cativos nas fontes de abastecimento africanas; estocagem de negros nos grandes armazéns do porto de Uidá, e vendas de negros mercadorias para o mercado do Brasil e de Cuba.

dialética do ser negro se pode descrever como uma passagem da liberdade tribal africana para uma condição de servidão como cativo de guerra. Essa servidão de cativos de guerra serve de passagem, através de meios compulsórios, para o estado de escravidão mercantil na plantation do Novo Mundo Mas o ser negro aí cria sua própria condição de se transformar  em escravo não-escravo por meio da fuga. Nesse caso ele se transforma na negação mucambeira. O que possibilita essa transformação do não-escravo, creio eu, repousa, na existência regional de vários mucambos aldeados a distância das plantações açucareiras, possibilitando ao negro fujão, mas livre, por meio de uma sociedade primitiva de etnia mista (negros, mamelucos, índios sem aldeias e brancos paupérrimos) o acesso ao uso da liberdade e sobrevivência fora do trabalho escravo.

Segundo Dirceu Lindoso (2000 - 51), o regressismo da sociedade mucambeira, tal como foi criada na serra da Barriga, e a  baixa rentabilidade social de uma economia de tipo primitivo, ainda a falta de homogeneidade étnica, que é um fator importante nas sociedaes primitivas, e a formação guerreia dessas sociedades para o enfrentamento com forças superiores da sociedade açucareira que as cercava - tornaram inviáveis essas sociedades mungubeiras na formação de uma sociedade nacional. Lindoso complementa, para isso era preciso, como aconteceu no Haiti, que os negros subjugassem a sociedade senhorial branca. Aqui não ocorreu a mesma coisa. Os brancos as vésperas da abolição tinham quase destruído todos os mucambos e aldeados. Palmares foi, de fato, uma confederação de aldeados com cerca de 30. 000 negros fugidos. Todavia não aguentaram os ataques.  Sendo necessário salientar que: em Alagoas e Pernambuco, concentravam-se a maior população negra do Brasil no século XVII.

A crítica histórica não pode se omitir diante da imagem do negro como um ser escravo. A visão tradicional que o negro, mesmo em África, já nascia com o destino a escravo.

Em Santa Luzia do Norte foi inegável e de suma importunância o uso da mão-se-obra escrava. O sistema escravista aqui  implantado, como todo sistema de escravidão, era incapaz de  expandir a produção através de uma mudança qualitativa na produtividade nas unidades existentes. A expansão da produção assumia a forma de uma combinação de escravos e terra –  mais terras e mais escravos. Ou seja, sempre que se queria aumentar a produção, era necessário fundar um novo engenho mais ou menos, distante do preexistente. Assim ocorreu em toda região do Vale do Mundaú.

A maior parte dos escravos vindos da África era fornecidos por chefes políticos ou mercadores, os portugueses trocavam algum produto pelos negros capturados. A proveniência dos escravos percorria toda a costa oeste da África, passando por Cabo Verde, Congo, Quíloa e Zimbábue. Dividiam-se em três grupos: sudaneses, guinenos-sudaneses muçulmanos  e bantus. Cada um desses grupos representava determinada região do continente e tinha um destino característico no desenrolar do comércio. Era grande o movimento de compra e venda de escravos em Santa Luzia do Norte

O Segundo Romeiro de Lima (2008-35), Na localidade da Mata do Rolo, hoje pertencente  Rio Largo, os escravos organizaram um pequeno Quilombo.  Outra lugar/reduto que abrigava os negros fujões localiza-se no bairro do Quilombo (aqui em Santa Luzia do Norte)cujo a tradição lhe conserva a rotulagem. 

        O açúcar no inicio da República 
  
O federalismo garantiu o predomínio dos interesses regionais, o açúcar, principal produto brasileiro, e o carro chefe da economia alagoana, perdeu seu posto de principal mercadoria de exportação no âmbito nacional desde segunda metade do XIX. Devido ascensão do café (toma-lhe o posto de principal produto), como também, a concorrência do açúcar cubano e europeu (feito de beterraba), todavia, o mesmo ainda se encontrava no “rol” dos gêneros mais exportados do país, mesmo com a baia de preços. Sendo necessário frisar que nos primeiros anos do período republicano a indústria do açúcar se encontrava bem, dentro do cenário nacional, mas, a partir da crise de 1903, o caldo desanda.

                                           EXPORTAÇÃO DE MACEIÓ DE 1892 a 1902

1892-1893
524.112 sacos
36.905 ton.
1893-1894
860.785 sacos
55.250 ton.
1894-1895
760.785 sacos
54.858 ton.
1895-1896
640.120 sacos
46.929 ton.
1896-1897
388.618 sacos
28. 705 ton.
1897-1898
648.366 sacos
44.890 ton.
1898-1899
511.660 sacos
32.436 ton.
1899-1900
492.079 sacos
34.013 ton
1900-1901
836.597 sacos
62. 216 ton.
1902-1903
714.691 sacos
53. 194 ton.

Fonte: TENÓRIO (1997, 42)

É nesta posição dual, que o principal produto do Estado, tentava se sustentar no mercado nacional e internacional. Outro fator que piorou ainda a situação alagoana foi sua total mudez (não possuía voz ativa) dentro da unidade federativa, no entanto, isto não a impediu de tentar escoar seu produto e lutar por sua valorização. Prosseguiu desenvolvendo a produção sem acompanhar na mesma dimensão a produtividade.

 O CICLO DE ASCENSÃO E QUEDA DO PRODUTO DURANTE TODA A                        PRIMEIRA REPÚBLICA
1890-1900
Elevação
1901-1914
Queda
1915-1920
Elevação
1921-1923
Queda
19241927
pequena elevação
1928-1930
Queda
                  
 Fonte: TENÓRIO (1997, 42)

            Os Estados do Nordeste como Alagoas e Pernambuco, juntamente com os fluminenses eram os maiores pólos açucareiros de abastecimento do mercado interno brasileiro por muito tempo, tendo como principal comprador o Estado de São Paulo. Mas com as sucessivas crises da cultura cafeeira, começava os primeiros investimentos no bojo paulistano sobre cultura açucareira, fato este, que marcou os primeiros passos da empreitada paulista na produção do açúcar em âmbito nacional (hoje ocupa 70%). A entrada dos paulistanos como consumidores e produtores diretos abalava mais ainda estrutura açucareira, que já vinha sofrendo desde a mudança de mercado externo para interno.
           
            Com a criação, em 1901, da Sociedade de Agricultura, por parte da elite agrária de Alagoas, começou um incentivo na busca do melhoramento tecnológico, com o intuito de fornecer subsídios para manutenção da agra-indústria açucareira alagoana. A Sociedade lançou a Revista Agrícola, com intuito de informar os produtores sobre os novos métodos de produção, tendo como prisma maior, a entrada de Alagoas na concorrência direta com o sul do país e com os novos adversários internacionais.

Com a forte crise, foi criado o Sindicato Agrícola do Estado, dando maior organicidade à produção, e posteriormente, foram criadas estações agronômicas, para dar maior auxilio as Usinas. Citando aqui a estação de Satuba, hoje Escola Agrotécnica Federal de Satuba.

Uma associação que marcou sua passagem com várias iniciativas, foi a Sociedade de Agricultura Alagoana, fundada em 8 de maio de 1901. Coube-lhe editar uma revista: a Revista Agrícola. CARVALHO (1982, 274)

 Com a instauração do regime republicano, Alagoas ainda continuava essencialmente agrícola. Destacando-se a cultura do açúcar, algodão e milho.
Em 1901, no inicio do governo maltino realizou-se o primeiro Congresso Agrícola. Lembrando que neste período a agroindústria açucareira alagoana se encontrava em uma das suas maiores crises.


            Caminhos do Cólera em Alagoas - Santa Luzia do Norte



Rio São Francisco-passagem do vibrião

Quando se deu a invasão do vibrião nos finais de 1855, Sá e Albuquerque era quem presidia a Província das Alagoas. É neste exato momento, que o poder central se encontrava ciente de tão mal agouro que se alastrava pela Europa, o Cólera. Foi nesse momento que o Império na pessoa de D. Pedro II, chegou a recomendar providencias no que tange a proteção das Províncias Litorâneas. Era de vital importância o resguardamento dos portos para evitar a entrada do COISA RUIM.No entanto, o dito cujo, chegara pelo Porto do Pará, como uma névoa sombria que se alastrou e cobriu a Bahia, logo foi para Sergipe para ingressar nas Alagoas.

O presidente da Província, em correspondência endereçado ao Ministro do Império, afirma que:  cada  povoação foi dividida em distritos e possuía um médico. E até aquele exato momento (1854), ele não sabia da ocorrência de nenhum caso da doença em terras alagoanas. Todavia, foram criadas "Comissões de Socorro público" para cada localidade. O maior medo naquele momento, repousava no tocante a geografia de  Maceió, pois a mesma, se encontrava nas vizinhanças de pântanos e mangues, facilitando mais ainda ,a propagação do vibrião. Foram feitas algumas obras ( o Cemitério e  Hospital da Caridade, por exemplo) de reestruturação da cidade. 

As experiencias da Bahia e de Sergipe já eram suficientes para demonstrar que o vibrião era andejo. A fronteira sul da Província alagoana se transformou em um verdadeiro campo de guerra. O governo angariou recursos humanos e matérias , mas Alagoas já se encontrava com o Cólera que já havia passado por Sergipe e Bahia. Foi para Bahia que Sá e Albuquerque nos fins do ano de 1855, pedia padres para o bispo, no sentido de dar maior conforto espiritual a  população.

A entrada pelo sul da província, corresponde ao que vai ocorrer pelo norte em 1862. O Cólera havia-se desenvolvido na Freguesia (paróquia)  Cruangi, Comarca de Goiana (Pernambuco) e a feição adquirida pelo vibrião era monstruosa/assustadora. Sá e Albuquerque pede ajuda ao Ministério do Império, no que se refere a vinda de mais 14 facultativos.

O Cólera só vai chegar em Alagoas em novembro de 1855. Sá e Albuquerque refere que tudo estava em paz e menciona apenas algumas mortes lá pros lados de SANTA LUZIA DO NORTE, local onde esteve reinando intermitentes perniciosas. As cautelas de cunho administrativo estavam sendo tomadas. A Vice-Presidência entende que não se teria a construção de um novo cemitério na velocidade necessária e determina , então, a construção de um provisório. É de se notar o drama de uma população, vendo o local das covas sendo aberto, numa espera do se viveria. É como, se creio eu, a morte estivesse rondando como  urubú na carniça, ceifeiros ou shirigamis estivessem fazendo hora extra naquele mormento.

Obs: CEIFEIROS: O ceifeiro ou ceifador também conhecido como anjo do mau, é o único que pode dar e tirar vida de uma pessoa.
   
     SHIRIGAMIS: Deus da Morte; semelhante ao Ceifador (Sinistro em português) é uma entidade presente na cultura japonesa.
.
. Os dois pontos chaves no desenvolver do Cólera estavam sendo Piassabuçu e Penedo. O presidente da Província realmente encaminhou uma série de recursos para Penedo; entendia a necessidade de fortalecê-la e conter a epidemia. A epidemia ataca os que estavam empenhados contra ela. De novembro a dezembro de 1855 o mal já havia feito grande progressos por toda parte.

No Penedo, os estragos eram grandes. Facultativos, acadêmicos, farmacêuticos, membros das comissões, autoridades civis e militares, sacerdotes, ricos e pobres, homens, mulheres e crianças, todos iam sendo acometidos As vilas do Porto da Falha, e do Pão de Açúcar as povoações de São Braz, Colégio Piranhas dentre outros, estavam todas infectadas.

Alagoas estava mobilizando 22 médicos, 14 acadêmicos, 3 cirurgiões e 5 farmacêuticos. O mau planejamento logístico dificultou o combate ao vibrião. O mal continuava ceifando pelo Rio Francisco. Estima-se para Piassabuçu um total de  600  almas (pessoas), falava-se em 200 mortos e 300 pessoas acometidas.

Penedo  contava  com 1 000 (mil) cadáveres lançados em seu cemitério provisório e o calculo das vítimas, chegando na conta a cidade e os arredores, estimava-se cerca de 2 000 (mil) mortos. Em Piassabuçu cerca de 75% da população havia sido atingida. Em Palmeiras tinha-se notícia de mais de 500 vítimas. Já em Marechal Deodoro, o número era de 31 mortos; temia-se a migração para Maceió devido a sua geografia, como também as péssimas condições no tocante a higiene. A região estava definitivamente assolada.

Sabe-se que  o flagelo havia perdido sua força em Cururipe. Por volta de janeiro de 1856, o Cólera marchava parra os lados de Barras de São Miguel, passando antes pelo Roteiro. Nos fins de janeiro de 1856 sabia-se 30 pessoas afetadas e 2 mortas; em dezembro, embora não se possa precisar que a estatística se refira explicitamente ao Roteiro , sabia-se de 35 mortes e 320 afetados com a moléstia. O Cólera já estava a beira da lagoa em Pilar e fazendo vítimas. Anadias sofreu com o coisa ruim, o Vale do Mundaú e do Paraíba estavam enfestados pela praga

Santa Luzia do Norte também foi atingida em 1856 e 1862.  Há um comunicado lacônico do delegado Francisco Hidelfonso Ribeiro de Menezes, datado de julho de 1863: o Cólera havia aparecido no dia 10 e 11 já havia morrido 3 pessoas. Os cadavéreos já vão consumido as sepulturas abertas.Nos anos de 1862-63 o Cólera se encontra praticamente  extinto.


Maceió - Rua do Comércio (1900-1920)
Os primeiros anos da República


 Nos primeiros decanos do século XX, a cidade de Santa Luzia do Norte não tinha mais tanta influencia em âmbito estadual; nesse momento ela já se entrava no rol das antigas cidades mortas (aquelas que não possuíam mais grande influencia socioeconômica e política no Estado).   

O pesquisador Thomaz do Bom-Fim Espíndola (1871)  nos mostra que o espaço alagoano como uma realidade social, política e econômica concentrada em torno do pólo urbano de Maceió, e onde dominam, ao lado das tradicionais práticas sociais rurais, as novas praticas sociais urbanas e as novas praticas sociais mercantis. Maceió alcançou o título de capital das Alagoas no ano de 1839, destituindo Marechal Deodoro. Assim sendo, a cultura urbana burguês –mercantil se originou nas condições especificas de Maceió (cidade portuária/ Jaraguá ) resultado da acumulação de capital mercantil.
A capital alagoana passava por grandes transformações, e sua reestruturação deu-se através da implantação das redes técnicas  que eram utilizadas como um meio de modernização. A cidade deveria tornar-se um espaço habitável, além de ser capaz de absorver todas as inovações técnicas disponíbeis em outros países. A construção, a destruição e a reconstrução do espaço urbano na cidade atendiam aos desejos da burguesia e das elites locais, capazes de consumir todas as modernidades existentes.

A Belle Époque perdurou com seus ares de novidade, no país e em Alagoas, até consolidar o período de “mudança”. As segunda, terceira e quarta décadas do século XX reservavam horizontes diferentes, mas não menos mutantes. Novos moldes para a política mundial e local se aproximavam. E, consequentemente, novas époques.

"Maceió cresce e deixa para trás cidades “aristocráticas” como Penedo, Santa Luzia do Norte e Marechal Deodoro. E foi no meio desse clima de urbanização que Alagoas se encontrou com a República. "TENÓRIO (2000, 3).

Os primeiros anos da república foram agitados em Alagoas. Após cogitações e tentativas republicanas de se colocar um republicano no governo, Marechal Deodoro nomeou seu irmão, Pedro Paulino da Fonseca, coronel. Eis o primeiro governador republicano de Alagoas. Sua estadia no poder foi marcada por uma série de atitudes, vinda dos demais políticos, com finalidades forçadamente definidas (por parte dos outros): O adesismo, a intensa disputa entre os políticos, cada um mais fervorosamente republicano que o outro, procurando influir na administração (...) em meio a um quadro de intensa turbulência na política nacional (...) TENÓRIO (2000, 5).

 Ficou durante pouco tempo no poder. Sua saúde frágil e pouca aptidão para lidar com aquela situação inédita o fizeram perder o posto. A isso soma-se também a saída de seu irmão do governo da república. Uma junta governativa assume, e passa o poder para o Barão de Traipú.

No país, outro alagoano assume o poder: Floriano Peixoto, que recebeu o apoio de outra ala crescente no Brasil da época: a burguesia, se distanciando, assim, das antigas “amarras” políticas ligadas a Monarquia, recebendo também a alcunha de “Consolidador da República”.

Correspondente a este período, assumia em Alagoas Gabino Besouro, tendo como vice o velho Barão de Traipú. À sua sombra, o velho Pedro Paulino como seu opositor, representando as forças monarquistas, ainda tão fortes no estado. Traçou metas bem definidas para seu governo:

Normatizar o sérico público, estruturar o setor fazendário, alojar as repartições em locais condignos, fortalecer o sistema de segurança (...) estimular o teatro como diversão (...) coibir o contrabando, definir uma política integrada de transportes.
TENÓRIO, (2000,  6)

Acabou rompendo com seu vice, e posteriormente, com o próprio Floriano Peixoto. Essa insatisfação generalizada o fez sofrer represálias. O palácio do governo foi cercado e houve uma intervenção e também estado de sítio durante este período. Uma junta governativa declarou vago o cargo e elegeu o Barão de Traipú como governador. Isso demonstrava o quanto era fraca a força (real) do movimento republicano no estado depondo um e colocando em seu lugar um ferrenho apoiador da Monarquia.

Após estes problemas, e com a intervenção do presidente, o governador retorna ao cargo para concluir seu mandato. Depois desse período, entrou em ação novamente uma junta e escolheram o Dr. José Manoel Dantas (provedor da Santa Casa de Misericórdia) como governador, e Santos Pacheco (coronel), como vice.

Inicia-se aí uma nova configuração na política nacional: a “política dos governadores”. Na política local, a mistura entre o tradicional e as “forças adventícias” - vem com força. Descobriram os políticos alagoanos que, para conseguir lograr “êxito” com a república, era necessário mesclar os novos representantes dos novos interesses locais com as velhas potências nostálgicas, porém neutralizadas pela modernidade. Sai o militarismo, entra as forças oligárquicas civis, em especial o setor açucareiro.

E é com esse “jogo” de tradicional com a modernidade que a república se consolida em Alagoas, sendo perpetuado em seguida pelo genro do Barão de Traipú, Euclides Malta, numa rede “perfeita” que os governantes que o antecederam teceram.

  Com a Republica, Alagoas recebia o progresso industrial, um exemplo disso eram as várias Fabricas de Tecido:


Ano
Local
Fabrica
1888
Santa Luzia do Norte (hoje Rio Largo)
Fábrica Cachoeira
1892
Santa Luzia do Norte (hoje Rio Largo)
Fábrica Progresso
1892
Pilar
Companhia Pilarense de Fiação e Tecidos
1898
Penedo
Companhia - Industrial Penedense
1909
Pilar
Fabrica de Rendas e Bordados
1911
Maceió
Fábrica Alexandria
1913
São Miguel dos Campos
Companhia de Fiação e Tecidos São Miguel
1914
Maceió
Santa Margarida
1925
São Miguel dos Campos
Fábrica Vera e Cruz, do Cotonifício Nogueira S/A.
___
Maceió
Fábrica Norte de Alagoas

Fonte: CARVALHO (1982, 276/277)

O corpo de trabalhadores destas micro-fabricas, basicamente, eram de artesões e um punhado de ajudantes, quando a estrutura era boa, ou melhor, os negócios iam de vento em polpa. Mas era inegável que de acordo com o novo regime implantado, não se dava brecha naquele momento, a ascensão ou melhoria da classe trabalhadora. A  necessidade de se exportar tecidos, foi devido às grandes guerras, as fábricas têxteis cresceram.

No nascer da Republica, as  doenças e enfermidades não eram só exclusividade de Maceió, elas se alastravam pelas vilas dos interiores alagoano. Moléstias como a febre amarela, gripes virulentas, sarampo, cólera (A obra Alagoas nos tempos do Cólera do Professor Luiz Sávio de Almeida, é uma ótima analise sobre esta enfermidade em terras alagoanas) dentre outras. No ano de 1908, a varíola fez inúmeras vitimas em Santa Luzia do Norte, Coqueiro Seco, Atalaia, Maceió, União e Colônia de Leopoldina.


Estradas de ferro - Patrimônio histórico


Santa Luzia do Norte (sede), não recebeu as beneficies da estrada de ferro (as ferrovias), devido à falta de empenho dos políticos e comerciantes que aqui viviam no momento da implantação de tão grande invento na região. (História Oral).

 “(...) a evidência oral pode conseguir algo mais penetrante e mais fundamental para a história. Enquanto os historiadores estudam os atores da história à distância, a caracterização que fazem de suas vidas, opiniões e ações sempre estará sujeita a ser descrições defeituosas, projeções da experiência e da imaginação do próprio historiador: uma forma erudita de ficção. A evidência oral, transformando os objetos de estudo em sujeitos, contribui para uma história que não só é mais viva e mais comovente, mas também mais verdadeira”. (THOMPSON: 1992, p.137).


Tanto as cidades, quanto as estradas de ferro foram o símbolo da industrialização no século XIX, sendo reflexo de profundas e impactantes mudanças no processo produtivo. Com a indústria veio à modernidade, a urbanização e a tecnologia. As ferrovias foram o fruto, ou melhor, “o invento” que modificaria as indústrias de bens de capital.

A estrada de ferro, arrastando sua enorme serpente emplumada de fumaça, à velocidade do vento, através de países e continentes, com suas obras de engenharia, estações e pontes formando um conjunto de construções que fazia as pirâmides do Egito e os aquedutos romanos e até mesmo a Grande Muralha da China empalidecerem de provincianismo, era o próprio símbolo do triunfo do homem pela tecnologia. HOBSBAWN, Eric j. A era das Revoluções.  23ª ed. São Paulo .Paz e Terra, 2007. p 72.
           
No Brasil, o primeiro estalo para possuir esse meio de transporte, ocorreu nos anos de 1835, devido ao intercâmbio com os ingleses. Esse empreendimento se manifestou através da Lei nº 101, de 31 de outubro. A estrada de ferro ligaria o Rio de Janeiro a Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia. Todavia, essa legislação não atraiu muitos adeptos interessados em investir nesse empreendimento. Mas, se essa legislação oriunda do período regencial não vingou, é notório que por meio dela, abriram-se novos caminhos no que se referia aos meios de transporte em âmbito nacional.

O decreto nº 101 surgiu para dar respaldo e maior representatividade às atividades diplomáticas do emissário do Império. O ano de 1852 marcou o ponta pé inicial da viação férrea no país, logo após a criação da lei nº 641. Foram criadas as estradas de Ferro de Petrópolis (Mauá), Recife – São Francisco, a de Santos-Jundiai, Bahia-São Francisco dentre outras. A febre na construção de ferrovias continuou na década de 60 do século XIX.
         
   No Nordeste, a implantação das estradas não foi diferente a do restante do Brasil.

A anta rompia trilhas na matas, o índio em seu encalço abria a picada, o português, com seus cargueiros, alargava-a; de raro em raro, um carro de boi seguia o colono e abria com suas rodas constantes dois sulcos paralelos a que chamavam de caminhos; mais tarde, no século XIX, o progresso estendeu suas fitas de aço ao longo dos principais caminhos. TENÓRIO (1996, 55)

            O que se predominava aqui (Nordeste), até a segunda metade do século XIX, era uma grande discrepância, entre o transporte fluvial e o terrestre, sendo o primeiro feito em maior quantidade.  Isto elucida a hegemonia, por exemplo, de alguns Portos, como o de São Luiz, na Ilha do Maranhão, o do Recife e o Jaraguá em Maceió.

O dia 02 de julho de 1864 foi considerado o prisma da história ferroviária em terras alagoanas, pois foi através da lei nº 428 aprovada pelo então Vice presidente,  Roberto Calheiros de Melo, aprovada neste dia, que ocorreram os estudos para construção da linha férrea que ligaria o porto de Jaraguá ao centro da província, bem como garantiu a companhia, que organizou a implantação um quarto do juro que lhe foi garantindo pela assembléia legislativa. Dois dias depois, era assinado a lei 439, que garantiu o respaldo financeiro para a construção das ferrovias.
            
          Com o monopólio das ferrovias pelos ingleses, se instituiu em terras alagoanas “The Alagoas Railway Company Limited”, conectando a capital alagoana a cidade de União dos Palmares, percorrendo o vale do Mundaú e do Paraíba.  Evento que ocorreu nas últimas duas décadas do século XIX, com a passagem da The Alagoas Railway Limited para mãos federais (na República), em seguida, locada a The Westem of Brazil Railway.

Averiguou-se um tímido avanço no sistema ferroviário, dando inicio assim, a linha Maceió-Recife, com isso, o desenvolvimento comercial de cada povoado. Os acrescimentos incidiram com a implantação das ferrovias.

No ano de 1654, Santa Luzia do Norte se encontrava como freguesia. É interessante frisar, que por mais de um século, a atual capital das Alagoas (Maceió), permaneceu atrelada eclesiasticamente a supracitada paróquia. “ Apesar de detentora de tais prerrogativas e privilégios em decorrência de seu exuberante crescimento, ressentia-se a freguesia por não possuir um templo católico (...). A iniciativa para a construção de nossa igreja matriz deu-se em 04 de março de 1672, (...)a atuação da igreja católica era tão marcante na vida de nosso município, que os Vigários, além de suas atribuições religiosas, prestavam detalhadas informações, dignas de um instituto Estatístico.” A data de edificação  da matriz (...) se deu nos anos de 1786. (LIMA, pp. 36-43). Hoje, a mesma, se encontra totalmente descaracterizada.

"A igreja de Santa Luzia do Norte mantém intacta a caixa a arquitetônica de gramática setecentista com forte sotaque popula que lhe avalia os contornos. Sobre a parte da fachada a data 1786 registra o final da construção. Das trés janelas avarandadas do coro, a do meio é elevada e encimada por um óculo sobre o qual se encurva a cimalha. O frontal é sublinhado por volutos e flores de delicado feitio rococó arrementando ema fachada que, no conjunto dos componentes, denota a mestria de quem a concebeu. Acostada à parede da nave, uma pequena torre guarnece o sino original, precedente das oficinas de Coruripe. (...) O interior da igreja foi desfigurado devido a perda de altar-mor, mas conserva outros elementos básico, definidores de épocas, como o arco cruzeiro, sanefas, altares colaterais e capela do Santíssimo Sacramento, com grade de madeira recortada. Mantém a imagem da padroeira, Santa Luzia, protetora da visão, suja data é celebrada no dia 13 de dezembro. A proximidade  da festa com o Natal faz com que o largo do templo, durante todo o mês de dezembro, se transforme em palco para os brincantes que reafirmam a herança portuguesa do folguedo. Ainda hoje devotos ávidos por proteção e pagamento de promessas chegam em romaria mantendo viva a tradição catolica da cidade." (Alagoas Memorável - Patrimônio Arquitetônico.   Maceió:  Instituto Arnon de Melo, 2011. p.154).

O termo patrimônio traz com sigo um conjunto de  significados ou caracteres, uma relação estreita com a idéia de herança. Algo a ser deixado para as futuras gerações. O patrimônio cultural é visto, portanto, como um legado de um povo ou conjunto de bens e valores representativos de uma nação. Dentro de uma visão atrelada ao Capital, o patrimônio que deveria ser conservado para guardar a memória do local, hoje, passou a ser mais lucrativo na esfera do turismo. Sendo assim, o crescimento da importância dada ao patrimônio fundamenta-se não apenas no reconhecimento de seu valor cultural, mas especialmente em seu potencial como mercadoria de consumo atrelado ao capitalismo cultural.

O tombamento, segundo Rodrigues (2001, p.21), “continua a ser a forma mais eficiente resulta em uma valorização dos bens edificados, e contribui para a determinação de paisagens, as quais edificarão a cultura e o lugar que se quer instituir e preservar. Gerando assim, recursos para o local.

Fonte: LIMA, Antonio Romeiro de. 2012, 3 gravura,
 serigraf, preto  e branco. Coleção particular.
ATENTADO AO PARTRIMÔNIO: 
Uma prova evidente de que o nosso patrimônio vem sendo desprestigiado, foi a demolição da centenária Igreja de Santa Luzia do Norte (foto) a mais antiga daquela cidade e uma das mais conhecidas do Estado pelos singelos traços arquitetônico que ostentava. Dona de um passado que data do apogeu holandês no Brasil e em Alagoas, ninguém o motivo que levou as autoridades municipais a destruir aquele templo religioso-historico.Dados transcritos fielmente da reportagem original da época (entremeios dos anos de 1960 a 70).


 Santa Luzia foi elevada categoria de Vila em 1830, (mas ainda atrelado a Comarcas), só ganha forus de município autônomo, em 1900 (no então governo d Euclides Malta). Em 23 de agosto de 1962 foi criado o município.

Roça - Casa de Farinha

      A roça é o setor de subsistência baseando-se numa agricultura de técnica rudimentar, sendo mínima densidade econômica. Embora a terra fosse o fator mais abundante, sua propriedade estava altamente concentrada. O sistema de sesmaria concorria para que a propriedade da terra, antes monopólio rea passasse às mãos do número limitado de indivíduos que tinham acesso aos favores reais. Entretanto, não era este o aspecto fundamental do problema, pois sendo a terra abundante não se pagava propriamente renda pela mesma.Dentro da economia de subsistência cada individuo de uma unidade familiar deveria encarregar-se de produzir alimentos para si mesmo. A "roça" era a base da economia de subintendência . Todavia, não se limita a viver de sua roça o homem da economia de subintendência. Ele esta ligado a um grupo econômico maior, quase sempre pecuário, cujo o chefe é o proprietário da terra onde tem sua roça.
      Historicamente a mandioca é alimento básico na dieta do campesinato formativo. A relação era a seguinte: o engenho de açúcar estava para a aristocracia rural, a pesca e a Casa de Farinha, ou melhor, a farinha, estava para o povo.  O nome mandioca é oriundo de uma particularidade curiosa, batizada pelos índios, sua etimologia vem de Mandi (o nome da criança) e oca  (casa  do índio).

      Até hoje a fabricação da farinha se faz pelos mesmos moldes da época colonial. Enquanto a fabricação do açúcar desde do engenho de bois até as grande usinas que moem anualmente milhares de toneladas de sacas de açúcar a casa de farinha continua muitas das vezes a ser movidas a força humana. Apesar de sua importância foi uma cultura relegada a um pano secundário sempre desprovida e proteção e cuidado.

      No século XIX a crise na farinha documentam a deficiência da produção Rio de Janeiro e da Bahia.  Essa carência chegou ao ponto do governo ser obrigado a comprar farinha de mandioca para ser vendida para o povo. Em relatório de 1904, o Dr Messias de Gusmão, lembrava que até farinha de mandioca, Alagoas importava do Paraguai, para ser vendida nos interiores alagoano

    Segundo Cícero Péricles (1981 - 254), nos anos de 1930 havia mais de 4. 000 casas de farinha, pequenas fabricas de sistema colonial, onde opera a transformação das raízes em farinha..

         A casa de farinha é o lugar onde se faz farinha. É o espaço onde o homem exercita sua habilidade técnica, quotidiamente desenvolvida através dos anos de convívio-aprendiz com a natureza. Das raízes brutas que faz emergir da terra, realiza o prodígio do pó, no modelo da equivalência dos grãos. Nas casas de farinha realizam os homens um ritual de transmudação. Mudam da casa do repouso e da alimentação para a casa do trabalho. Estendem-se para as casas de farinha. Todos da mesma família, em família com outros da comunidade
           
   É como dizem os mais velhos: a farinha dá “sustança”; é dela que vêm os mingaus, pirões (mexidos, seco, escaldado) e farofas de água e sal, farofas de condimentadas com picadinho de cebola e charque, de ovo com alho, coentro e pimentão. A farinha de mandioca na palma da mão, jogada na boca, hábito dos povoados interioranos. Ela vai bem com carne de sol, peixe seco, sururu (ensopada ou capote) ,com camarão ou siri, caranguejo ou feijão tropeiro, que maravilha.

          As casas de farinha nos tempos das farinhadas, era o centro onde se reunião  os vizinhos, sendo este , um dos raros momentos de companheirismo e solidariedade camponesa. As farinhadas são o centro da vida rural. É a casa onde se fabrica o alimento universal  do povo. É nela que se realiza o mutirão da farinha e do beiju.A casa de farinha mesmo que rústica, é  o  único modelo tecnológico  de produção proto-artesanal do campesinato.

            O descasque das raízes de mandioca se faz manualmente a faca. Contudo a ralação se faz ao caititu, onde a raiz vira uma  massa leitosa, que é recolhida ao cocho do espremedor ou prensa. O espremedor ou prensa é um sistema de extração da manipueira, que contem a goma ou amido e uma substancia tóxica volátil ao fogo. A prensa é formada por traves transversais, em cujo a parte inferior se situa no cocho. A trave superior é movida verticalmente por meio de um pau torneado em espiral que lhe serve de torno. Entre a trave superior e o cocho onde se acha depositado a massa ralada da mandioca é colocado pau, que vai fazer pressão sobre a tampa do cocho, fazendo escoa num outro cocho inferior manipueira. Neste segundo cocho a manipueira "dorme" para assentamento da goma, que endurece à propoção que escore por um furo  a água venenosa da manipueira (...)O formo para farinhada é redondo, com mais de tres metros de diâmetro. A farinha produzida é guardada em cubas de madeira e wm sacos de algodão de trama esteira (LINDOSO, p.199)

As históricas Casas de farinha em Santa Luzia do Norte:

  • Fazenda Babau - antes pertencente a Luiz Acioly (1930 - 50) . Desativada na década 1990 do séc. passado - não possui a estrutura;





  • Fazenda José Lobo Ferreira. Desativada - não possui a estrutura;





  • Casa de farinha que se localizava ao lada da casa dos exs prefeitos: João Lopes e Iolanda Romeiro. Desativada - talvez  entre as décs. de 1930-40 - não possui a estrutura;





  • Casa de farinha que se localizava  em frente a casa de João Perreira. Desativada  entre as décs. 1960-1970 - não possui a estrutura - proprietário: o ex prefeito Valdir Mascarenhas;





  • Pagão - a que ficava dentro da comunidade . Desativada entre as décs. de 1980-90 - proprietário : Valdir M.;





  • Sentido Coqueiro Seco. Caminho lagunar - desativa  na década de 1990 - não possui a estrutura. 

  • Pagão - Próximo à CASAL - em funcionamento. 




Obs; as informações podem ser mudadas há qualquer momento.


     Cordel: a velha casa de farinha (Armando Morais)

    1-Peço a Deus inspiração
    Para meu passado narrar
    Da velha casa de farinha
    Onde eu pude me criar.
    Deus me der consentimento
    Levarei meu pensamento
    Agora naquele lugar.

    2-Ainda com oito anos
    Com papai eu já andava
    Ele com seu caminhão
    Pra todo canto me levava.
    Quando foi certo dia
    Que ainda não sabia
    Nessa casa eu chegava.

    3-Achei meio estranho
    E não quis perguntar
    Varias mulheres no chão
    Com a mandioca a raspar.
    Um forno com farinha assando
    E outra ali já peneirando
    Para poder ensacar.

    4-Depois do saco cheio
    Papai vinha costurar
    Com uma agulha enorme
    Para no saco pontear.
    Eu ali observando
    E papai me chamando
    Para eu lhe ajudar.

    5-Quando tudo já pronto
    No caminhão agente botava
    O carro ia carregado
    Que quase não agüentava.
    Na feira já estava esperando
    O comerciante comprando
    E papai ali negociava.

    6-Quando não tinha mandioca
    Papai saia comigo procurando
    Viajando pelo o interior
    Onde tinha, ele ia comprando.
    Contratava trabalhador
    Cada um pedia seu valor
    E já ia trabalhando.

    7-Quando foi certo dia
    Eu vinha com papai viajando
    Ele passou no lamaçal
    E o carro foi atolando.
    Quanto mais ele acelerava
    O caminhão se atolava
    E papai se irritando.

    8-Quando viu que não tinha jeito
    O carro, papai irritado desligou.
    Andamos quase quatro quilometro
    E uma casa ele encontrou.
    Um cidadão já acostumado
    De tirar carro atolado
    E pra lá ele caminhou.

    9-O carro cheio de mandioca
    Papai muito preocupado
    E ainda estava chovendo
    Era água pra todo lado.
    Duas horas de esforço
    Tiramos o carro do poço
    Onde estava atolado.

    10-Nós voltamos bem rápido
    Já que papai estava atrasado
    As mulheres todas esperando
    E noticias agente não tinha dado.
    Foi o caminhão descarregando
    E cada mulher se preparando
    E o forno já tinha esquentado.

    11-Foi uma noite de agonia
    A mulher a mandioca raspava
    Uma botava na prensa
    A outra logo já apertava.
    Outra danada peneirando
    E o forno esquentado
    E pela massa esperava.

    12-Para aproveitar a noite
    Papai dizia:- Não sou idiota
    Vou preparar aqui a goma
    Pra fazer uma tapioca.
    Beiju também ele aprontava
    Cuscuz de massa preparava
    Da massa da mandioca.


    13-Hoje voltei a aquele chão
    Onde minha infância passei
    Procurei a velha casa de farinha
    E nada mais ali eu encontrei.
    Os tijolos no chão enterrado
    Fiquei nele triste assentado
    Confesso aqui que chorei.

    14-Termino aqui esse cordel
    Porque não consigo mais narrar
    Ao pensar na minha infância
    Sinto vontade de chorar.
    Infância limpa e sadia
    Há meu Deus como queria
    Se pudesse um dia voltar.


    A Visita de L. Lavenère (polígrafo)

    • Descrição do documento (foto cópia)

    1. Documento: o doc. possui 4 (quatro) páginas retiradas de um livro/revista (consta na parte superior esquerda a numeração das páginas que vão desde, 363 até 366;
    2. Estado do documento: regular (os dois primeiros parágrafos estão ilegíveis, o restante em bom estado);
    3. Título: Santa Luzia (No Estado de Alagoas, [?] do Brasil;
    4. Ano: 1900 - 1910 (o vestuário nos remete a este período); 
    5. Autor: L. Lavenère;
    6. Finalidade do doc.: o documento narra a passagem do poligrafo por Santa Luzia do Norte, nas primeiras décadas do século passado (XX). Onde o mesmo constata, a grande potencialidade do município,  sendo esta, não aproveitada. Faz também uma critica suave no que se refere a falta de politicas de cunho socioeconômico, no que tange a melhoria de vida dos munícipes, dentre outras coisas.
     Lavenère  (1900 - 10): " Eis aqui uma cidade em decadência que seria certamente um grande centro de riqueza..."


    obs: as palavras ilegíveis (que não consiga ler), serão grafadas com duas barras e entre elas , o ponto de interrogação.

    Matriz de Santa Luzia do Norte (1900-1910)
     - 1910
    Tivemos o cuidado em preservar a grafia original ...

    [?] ... depois passava deante de Fernão velho, onde se acha uma excellente fabrica de tecidos da Companhia União mercantil.
    Pouco além desemboca o rio Mundahú, que passa por um valle fertilíssimo, formado por pequenas cascatas, produzindo a força necessária para pór em actividade as duas maiores fabricas do Estado - Progresso e Alagoanaambas de fiação e tecidos.

    Ao entrar na bacia em que está a cidade de Santa Luzia, avita-se a pittoresca propriedade de meu amigo Major Alencastre, velho empregado público aposentado: denomina-se Sitio nova Aurora.

    Um espetáculo digno de attenção attrahe as vistas do viajante.

    As margens da bacia do Norte, bordadas, bella planta aquáticas, e de mangues verdejantes, esvoaçam grandes garças brancas, aves de várias espécies, de várias cores, umas negras como pequeninos corvos [?] outras vermelhas e amarellas; corre bandos de aratus, caranguejos rosados, de um sabor delicioso, saltam peixes que por um pouco não caem aos pés do canoeiro.

    A abundancia de fructas na cidade; de peixe, camarões , sururús, de aves, nas margens da lagôa, faz daquella terra um pequeno paraíso de indolencia.

    Que necessidade de trabalhar para ganhar o pão - com o suor do rosto, se, ali, ao alcance das mãos, está o alimento diario, sem fadiga, nem cuidados?


    Alguns minutos depois do descanço tomado na chacara Nova Aurora fui visitar a archeologica cidade, construída sobre a encosta da montanha.

    Uma rua principal, muito velha, lembrando o antigo gosto portuguez pela architectura singelas de suas casas, outra rua, a do Commercio, partindo pelo lado direito da Matrz, são as duas mais importantes.

    A Matriz ostenta em sua fachada a indicação de que foi ali posta em 1786.

    Era dia de festa.

    A frente da entrada principal estava uma bateria de bombas, ao lado, uma girandola de foguetes 

    Do mastro ornado de folhas pendia a bandeira parochial.

    Na rua do Commercio existe ainda um representante da raça portugueza, um negociante rico, o marinheiro, como é chanhecido.

    Seu filho, o juiz de casamentos, Luiz de Carvalho, é talvez o mais popular dos habitantes de Santa Luzia.

    Chefe de numerosa família, muito bemquisto, tem duas filhas mu amaveis e realmente bonitas.

    Conserva bem a tradição portugueza da hospitalidade fraternal, e assim me receberam como eu fosse um parente recemchegado.


    Sítio Aurora (1900 - 1910)



    Não conheço povo em que a virtude da hospitalidade seja melhor cultivada do que no povo portuguez.

    Em companhia desse estimavel cidadão fui visitar a Sociedade Philarmonica Nortense.

    Attendendo a pobreza da cidade, a distancia da capital, a banda de musica dessa philarmonica é merecedora de apreço.

    Seu regente, um velho extremamente sympathico. Manuel da Silva Wanderley, decendente de portuguezes e hollandezes, como indica seu nome, é um modesto e habilissimo cultor de carte musical.

    O presidente da sociedade é meu collega de studos primarios, dr. Antonio Calvalcanti promotor publico da comarca. 

    As outras ruas da cidade são do typo de S. Vicente, cuja  photographia vêem aqui.

    Rua São Vicente (1900 - 1910)


    Nessas casinhas de palha de coqueiro não entra a fome: todos pescam e em poucas horas obteem o necessário para viver por uma semana.

    Subindo a ladeira que vai até o cimo da montanha, vê-se o cemitério da cidade.

    Dessa elevação avista-se a capital do Estado, e grande porção da lagoa do Norte.

    É lastimavel que a industria não tenha penetrado ainda nesses logares tão  ferteis do Estado das Alagoas 

    Em Santa Luzia cultura do tereno limita-se apenas a plantação de araruta, mandioca, coqueiros, etc., em pequena escala.

    A maior parte da terra nunca foi lavrada pelo homem!

    O comercio é deminuto, quasi nullo.

    Ali ninguem aproveita as fructas que dão vinhos excelentes, como os cajús, ananazes, genipapos; ou compotas mui apreciadas, como as mangas, laranjas, goyabas, etc.

    Existe alguma plantação de cafeseiros que  servem apenas para o consumo local.

    A apicultura, que seria rendosissima, pois o mel das abelhas, em Santa Luzia, é especialmente aromatico, é limitada em extremo e muito rotineira.

    Eis ahi uma cidade em decadência que seria certamente um grande centro de riqueza...






    Documento na integra





    p. 363 - ilegível














      



    p. 363



















    p. 363











    p.364









    p. 365












    p. 366




    Luiz Lavenère (1868-1966) foi um polígrafo, ligado à imprensa como colaborador, redator, diretor e fundador de jornais, sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico desde 1885 e secretário perpétuo dessa instituição (1932 a 1944). Disponível em :
    http://www.revista.akademie-brasil-europa.org/CM09-04.htm - retirado as 13hs:10 minutos do dia 19 de fevereiro.


    Filhos Ilustres:


    José Zumba

      Segundo o pesquisador Antônio Romeiro de Lima (2008), Zumba era um artista plástico brilhante, descendente de africanos, nasceu em Santa Luzia do Norte,  no dia 30 maio de 1920. Com a morte de sua mãe, aos dez anos, fora levado a Pernambuco, aos doze anos, já se encontrava na Escola de Belas Artes, sob a  orientação do professor Edson Figueredo, dava os primeiros passos na aprendizagem das artes. Retornou a Alagoas para servir o Exercito.

     A maioria de suas pinturas retrata as figuras de negros velhos, escravos, cenas de trabalho, belas negras, dentre outras gravuras. Foi agraciado com o diploma de Cidadão de Maceió, do Ordem de Mérito dos Palmares, diploma da Escola de Belas Artes, Comenda Desembargador Mário de Gusmão.

    Zumba chegava a afirmar que o Brasil é um país anticultural. ’Não vendo os meus quadros. Troco-os por dinheiro para não morrer de fome’ (LIMA, 85-6). É com certa magoa, por ser negro, por ser de “Cor”, mesmo diplomado com todos os méritos não recebeu os louros da sociedade alagoana, mas sim,  foi quase esquecido com sua genialidade.

    O sociólogo e político Floretan Fernandes, coloca essa questão de “preconceito de cor”, como um elemento categórico de pensamento.  Para ele, essa categoria foi criada para assinalar, vários tipos de elementos, no que se refere, por exemplo, as questões emocionais e cognitivamente a todo o modelo tradicional de relação racial. Assim sendo, quando se fala de “preconceito de cor”, tanto mulatos quanto negros, não se fazia qualquer distinção entre ambos no momento de preconceito, ou melhor, não distinguiam o preconceito propriamente dito da descriminação. Tanto um quanto outro estão elencados em um mesmo bojo conceitual. Todavia, estas apreciações forjadas pelos negros possuíam integral consciência, no tocante, ao contexto sócio-histórico pátrio. O preconceito sempre ofereceu um leque de alegações emocionais, como também morais e racionais, para o processo de distinção e formação de camadas sociais hierarquizadas. No entanto, a partir da ocasião em que o negro começou a se compreender, conseguiu explicar a situação posta, sendo esta conseqüência ou reflexo deste “preconceito de cor”.Eles começam a se notar como sujeitos históricos iguais aos demais. E entenderam que todas as discrepâncias socioeconômicas e políticas não eram frutos de questões psicológicas ou biológicas, mas sim, por conjunturas exteriores, produzidas pela atuação coletivista dos homens. Esta categoria de preconceito, no caso brasileiro, devia ser encarada como fator da desigualdade racial e devia ser combatida ferrenhamente.  (IANNI, 44-5)


    Maestro Otaviano Romeiro, Luis Acioli (escritor) , Antonio Romeiro de Lima (escritor)...

    Referências bibliográficas

    Alagoas Memorável - Patrimônio Arquitetônico.   Maceió:  Instituto Arnon de Melo, 2011.

    ALMEIDA, Sávio de. Alagoas nos tempos do Cólera. São Paulo: Escrituras, 1996.


    BLOCH, Marc. Apologia da história ou o ofício de historiador. Rio de Janeiro :Zahar , 2001.
    MORENO BRANDÃO (Vade-Mecum do Turista em Alagoas, - (mil novecentos e trinta e seis) - 1936 – pp. 23 e 24.


    CARVALHO, Cícero Péricles de. Formação histórica de Alagoas.  Maceió: Grafitex, 1982.

    Enciclopédia dos Municípios de Alagoas. Maceió:  Instituto Arnon de Melo, 2009.

    IANNI, Octavio (org) Florestam Fernandes. In: col. Sociologia Grandes Cientistas Sociais. 2ª ed. São Paulo Ática, 2008.

    Le Goff, Jacques, 1924História e memória / Jacques Le Goff; tradução Bernardo Leitão... [et al.] -- Campinas, SP Editora da UNICAMP, 1990, p.[?].

    LIMA, Antonio Romeiro de. Santa Luzia do Norte: um pouco de sua história. Maceió: Esmal, 2008.

    LINDOSO, Dirceu. Formação de Alagoas Boreal . Maceió-São Paulo , edições Catavento, 2000.

    LAVENERE, Luiz. Santa Luzia: 


    No Estado de Alagoas, [?] do Brasil. [?], 1932-33.

    PEDROSA, Valter. A História de Santa Luzia do Norte. Brasília: Roteiro Editorial LTDA, 2008.

    RODRIGUES, M. Imagens do Passado. A Instituição do Patrimônio em São Paulo. São Paulo:Unesp; Imesp; Condephaat, 2001

    TENÓRIO, Douglas Apratto e LUCIA, Cármen. Caminhos do Açúcar – Engenhos e Casas-Grandes das Alagoas. 2010.

    TENÓRIO, Douglas Apratto. In: O Jornal: Alagoas 500 Maceió 2 de abril, de 2000

    Referências eletrônicas

    MORAIS, Armando. Cordel: a velha casa de farinha. Disponível em: http://poetaarmandomorais.blogspot.com/2011/06/cordel-velha-casa-da-farinha.html. Retirado as 17 hs: 05 min. do dia 12 de fevereiro de 2012.


    http://www.revista.akademie-brasil-europa.org/CM09-04.htm - retirado as 13hs:10 minutos do dia 19 de fevereiro.

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